Ferrando . Hauer . Ruiz . Saboia

Rehabilitación del Centro Histórico . Salvador de Bahía


Josep Ferrando Bramona

Assumimos que os largos são “miolos” de quadra que assumem o papel de espaços públicos, por isso decidimos recuperar o sentido de quarteirão, operando o fechamento dos seus limites e reconfigurando através de muros de fechamento a sua geometria original.




























Decidimos analisar as especificidades de cada espaço para configurar e explorar, através de intervenções mínimas, o caráter e o potencial individual de cada espaço. Os lemas adotados foram TUDO É PALCO, para o Largo Quincas Berro d’Água; O CENÁRIO É A PAISAGEM para o Largo Pedro Arcanjo e A GRANDE TRAMOIA TEATRAL para o Largo Teresa Batista.
O objetivo é sentir-se em Salvador: o vazio do interior dos quarteirões deve integrar-se ao seu entorno imediato. O espaço público deve ser único, legível: um espaço com limites, acessos e serviços visíveis. Para isso o largo deve recuperar para si o seu território. A estratégia projetual adotada foi a de recuperar o espaço semi-privado para o domínio público, afastando o espetáculo e os espaços de mesas dos limites edificados, isto é, das fachadas internas dos casarios, liberando assim o perímetro do largo de áreas ocupadas com usos fixos. A cobertura fica desvinculada dos limites do entorno recuperando as visuais e conferindo legibilidade ao largo – criando um projeto que minimiza a intervenção na composição do cenário e volumetria do entorno existente.
A topografia da cidade de Salvador certamente não favorece ao portador de necessidades especiais. Apesar disso, nosso estudo assumiu o desafio de garantir a maior área possível de espaços ou platôs de acessibilidade. No entanto, acreditamos que os largos devem continuar apresentando uma série de recintos em diferentes níveis, espaços integrados somente visualmente, pois anulá-los fisicamente implicaria na descaracterização da topografia natural da cidade.
Por isso criamos o conceito de platôs de acessibilidade. Os diferentes recintos estão conectados entre si ora por rampas ora por escadas - elementos de mobiliário urbano pré-fabricado independentes aos platôs, num sistema que garante flexibilidade de usos e grande adaptabilidade do projeto ao terreno existente.
O projeto proposto também prevê a apropriação de sobrados pertencentes ao IPAC para localizar sanitários ou áreas de apoio ao acesso aos largos (espaços para informação e ascensores). Dos casarios que foram objeto de intervenção, foram selecionados aqueles que por sua localização se encontravam próximos aos platôs de acessibilidade, sem uso definido ou ainda pela sua menor vocação para funções comerciais ou institucionais.
A intervenção proposta também pretende dar oportunidade para a preservação ou ampliação do Patrimônio Ambiental Urbano, criando um ambiente favorável à diversidade de usos (favorecendo um incremento à função residencial), dada a sua grande adaptabilidade a novos cenários de ocupação.

Arquitectos:
Josep Ferrando
Haraldo Hauer
Alexandre Ruiz
Thais Saboia
Colaboradores:
Jordi Pérez
Félix Platero
Borja Rodríguez
Clara Vidal
Rodrigo Vinci Philippi
Felipe Zarpelon
Joâo Vitor de Paula Araújo


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