SESC Ribeirâo Preto
Josep Ferrando
O projeto proposto responde ao desafio de reformar e atualizar funcionalmente a Unidade Sesc Ribeirão Preto.
O termo de referência dita a conservação através de reforma patrimonial do conjunto (prédio principal e conjunto aquático) projetado pelo arquiteto Oswaldo Corrêa Gonçalves em 1966, como uma demonstração de reconhecimento aos atributos da arquitetura moderna presentes na obra deste autor.
REFORMAR O EXISTENTE: conservando estratégias de projeto
O edifício “principal” – o bloco longitudinal de dois pavimentos composto por uma série de pórticos – é a estrutura arquitetônica, de linguagem moderna, e de maior relevância a se conservar; e em torno da qual todo o novo conjunto projetado deve se integrar e buscar uma sintonia estética. Todo o partido, funcionamento e resultado formal do novo conjunto arquitetônico projetado derivaram de tal premissa.
No entanto, o conjunto aquático descoberto é a estrutura moderna existente de menor relevância estrutural, e que necessita de maior revisão: por suas dimensões restritivas e ausência de túnel técnico. Neste caso, manter a atual configuração acabava sendo conflitante com os resultados esperados dos novos espaços compatíveis com um Sesc contemporâneo. Por isso, o projeto aqui proposto buscou, sobretudo, a conservação da relação volumétrica do conjunto aquático com o edifício “principal”, mas necessitou alterar a configuração final deste espaço externo: criando um novo embasamento para o conjunto aquático, feito com o cuidado de manter a essência da estratégia projetual de autoria do arquiteto Oswaldo Corrêa Gonçalves.
O PROGRAMA: estabelecendo hierarquias: existente x novo / principal x anexo
Para acomodar o novo programa de necessidades, que amplia em até seis vezes a área do Sesc existente, foi projetado um novo conjunto anexo composto de um edifício caixa vertical e um teatro. O edifício caixa tem sua forma quadrada em planta resultante do desenho da parcela, e da proporcionalidade obtida obedecendo a legislação municipal (R=H/6) e os gabaritos de altura do entorno. O novo conjunto assume seu caráter de edificação anexa, de forma a garantir o protagonismo, e em homenagem, à estrutura moderna existente. Para isso, seu impacto volumétrico é intencionalmente diluído/desmaterializado por sua fachada em brises, sua planta térrea é visualmente permeável e seus terraços jardins coroam e/ou separam os volumes. As estratégias adotadas surgiram de uma ambição formal de harmonia volumétrica, aliada às diretrizes de conforto térmico e sustentabilidade, numa releitura contemporânea da linguagem corbusiana adotada pelo arquiteto Oswaldo Corrêa Gonçalves.
A setorização funcional + espacialidade = diretrizes de conforto
Acessos: Seguindo o programa de necessidades e de forma a garantir o caráter de edifício “principal” à estrutura existente, o acesso controlado de pedestres à Unidade Sesc Ribeirão Preto permanece pela Rua Tibiriçá nº50. Foi proposto um novo acesso controlado e exclusivo para o Teatro pela esquina da Rua Visconde do Rio Branco com a Rua Álvares Cabral. Nesta última também se realiza o acesso de carga e descarga para a Caixa Cênica Teatral. E, para não descaracterizar a hierarquia do conjunto, pela Rua Visconde do Rio Branco foram projetadas apenas saídas de emergência do Complexo Sesc. O acesso de veículos para o estacionamento subterrâneo foi projetado pela Av. Dr. Francisco Junqueira por apresentar menor cota de acesso, estar vinculado ao projeto de reforma e readequação do Complexo Aquático, e desta forma representar uma economia de escavação e custos. O projeto deve integrar futuramente o programa de contenção de cheias do canal existente.
Edifício Principal: Este edifício recupera a sua espacialidade e planta livre ao receber usos nobres de recepção, áreas de convivência e atendimento ao público no térreo, e usos introspectivos e que exigem silêncio no andar superior, como é o caso da biblioteca e da área administrativa. Sua planta térrea se expande visual e fisicamente até o embasamento do conjunto aquático externo, ou ao acesso em rampa ao conjunto de piscinas internas. Esta rua externa garante áreas de piso drenante e cobertura vegetal, essencial para o sombreamento deste volume horizontal.
Conjunto Aquático Externo: A reconfiguração deste espaço foi essencial para a adequação do programa e harmonia volumétrica do conjunto construído, possibilitando ampliar o espelho d’água de uso recreativo, criar uma laje sombreada sob o deck-praia para captação de águas pluviais, garantir uma planta subterrânea para vestiários, área técnica de equipamentos e mini-estação de tratamento de esgoto. Este espaço externo está situado em um embasamento de concreto e protegido dos olhares externos por sua cota elevada e proximidade das copas das árvores.
Edifício Caixa Vertical + Auditório: Este edifício de planta quadrada (aprox. 37.5m X 37.5m) de estrutura modular e metálica, com revestimento de brises verticais é a peça chave na composição do conjunto. O seu caráter vertical, com uma pele que tende a desmaterialização, configura um panorama de fundo ao edifício principal.
Em suas lajes se distribuem os usos sócio-educativos, de saúde, lazer e culturais, além de espaços para atividade física e desportiva. O volume compõe sua planta quadrada incorporando a caixa cênica do Auditório (aprox. 350 lugares) na fachada noroeste e a caixa rígida de circulações e sanitários na fachada oeste - blocos estrategicamente situados levando em conta critérios de conforto térmico. Do encontro dos edifícios surgem rasgos que garantem a ventilação cruzada e natural em todas as plantas. A cobertura da caixa cênica configura o terraço intermediário, um espaço aberto com visuais para a cidade que assume a função de foyer para o andar de exposições. Na cobertura, acima das quadras esportivas (áreas que estabeleceram o dimensionamento original da proposta), se coroa o edifício com o espaço de comedoria aberto a um terraço-jardim (com laje sombreada para captação da água pluvial). Na cobertura do refeitório propõe-se a instalação de placas fotovoltaicas (para complementar a energia usada pelo edifício) e placas solares de aquecimento de água – visando o consumo do refeitório e vestiários (back-up do sistema com aquecedores a gás). Por último, a cornija do edifício vertical permite o crescimento de vegetação, presença natural que desmaterializa a forma e dilui o encontro do edifício com o céu de Ribeirão Preto.
Sistemas Estruturais: modulação, rapidez e sustentabilidade
O Edifício Caixa: O sistema estrutural vertical deste novo edifício é composto por pilares mistos periféricos (perfis de aço seção “H” parcialmente preenchidos com concreto armado) e núcleo estrutural em concreto armado moldado in loco – para garantir a estabilidade lateral frente aos carregamentos de vento. Os pavimentos, exceto a cobertura da quadra e do terraço jardim, são formados por vigas unidirecionais em aço, perfis “I”, que têm afastamento máximo em planta limitado ao uso de laje steel-deck sem escoramentos durante a construção.
Este sistema permite a consideração destas vigas como mistas, o que diminui o consumo de aço pela redução da altura do perfil, já que a laje aumenta a área comprimida da seção para o equilíbrio do momento fletor. A cobertura da quadra poliesportiva, que ao mesmo tempo é o pavimento terraço jardim com um piso elevado, é formada por vigas-vagão unidirecionais – bi-apoiadas em pilares periféricos e no núcleo estrutural; vigas-vagão vencem grandes vãos com economia de material, já que a tração advinda da flexão materializa-se como um cabo tracionado que se conecta a viga comprimida em perfil “I” por meio de pontaletes. Além disso, o uso da laje steel-deck na composição permite a consideração das vigas como mistas. Sobre o piso do terraço jardim nascem pilares metálicos que suportam uma grelha de vigas perfis “I”, também de aço, com vãos máximos de 8,5 m, com módulos ora cobertos ora descobertos.
O Auditório: Para estruturar o Auditório foi escolhido o sistema laje-viga-pilar em pré-fabricados de concreto armado: os pilares têm consolos curtos para apoiar as vigas, que suportarão os painéis de fechamento - externos e internos, que deverão receber um preenchimento com material de isolamento acústico. A cobertura será estruturada por vigas metálicas seção “I” apoiadas em vigas pré-fabricadas de concreto armado.
Os Estacionamentos, Áreas Técnicas e Piscinas: Os Estacionamentos e Áreas Técnicas, que têm pilares lançados numa malha em ritmo constante, serão estruturados no sistema laje-viga-pilar em pré-fabricados de concreto armado, onde as lajes serão alveolares protendidas apoiadas sobre as vigas. As piscinas serão em concreto armado moldado in loco, com fundo apoiando-se sobre os pilares pré-fabricados.
Arquitectos:
Josep Ferrando + David Recio + Alexandre Ruiz + Thais Saboia + Haraldo Hauer + Rodrigo Vinci Philippi + Felipe Zarpelon
Consultores:
Eduardo Santos (instalaciones) + Ricardo Dias (estructuras)
Josep Ferrando
O projeto proposto responde ao desafio de reformar e atualizar funcionalmente a Unidade Sesc Ribeirão Preto.
O termo de referência dita a conservação através de reforma patrimonial do conjunto (prédio principal e conjunto aquático) projetado pelo arquiteto Oswaldo Corrêa Gonçalves em 1966, como uma demonstração de reconhecimento aos atributos da arquitetura moderna presentes na obra deste autor.
REFORMAR O EXISTENTE: conservando estratégias de projeto
O edifício “principal” – o bloco longitudinal de dois pavimentos composto por uma série de pórticos – é a estrutura arquitetônica, de linguagem moderna, e de maior relevância a se conservar; e em torno da qual todo o novo conjunto projetado deve se integrar e buscar uma sintonia estética. Todo o partido, funcionamento e resultado formal do novo conjunto arquitetônico projetado derivaram de tal premissa.
No entanto, o conjunto aquático descoberto é a estrutura moderna existente de menor relevância estrutural, e que necessita de maior revisão: por suas dimensões restritivas e ausência de túnel técnico. Neste caso, manter a atual configuração acabava sendo conflitante com os resultados esperados dos novos espaços compatíveis com um Sesc contemporâneo. Por isso, o projeto aqui proposto buscou, sobretudo, a conservação da relação volumétrica do conjunto aquático com o edifício “principal”, mas necessitou alterar a configuração final deste espaço externo: criando um novo embasamento para o conjunto aquático, feito com o cuidado de manter a essência da estratégia projetual de autoria do arquiteto Oswaldo Corrêa Gonçalves.
O PROGRAMA: estabelecendo hierarquias: existente x novo / principal x anexo
Para acomodar o novo programa de necessidades, que amplia em até seis vezes a área do Sesc existente, foi projetado um novo conjunto anexo composto de um edifício caixa vertical e um teatro. O edifício caixa tem sua forma quadrada em planta resultante do desenho da parcela, e da proporcionalidade obtida obedecendo a legislação municipal (R=H/6) e os gabaritos de altura do entorno. O novo conjunto assume seu caráter de edificação anexa, de forma a garantir o protagonismo, e em homenagem, à estrutura moderna existente. Para isso, seu impacto volumétrico é intencionalmente diluído/desmaterializado por sua fachada em brises, sua planta térrea é visualmente permeável e seus terraços jardins coroam e/ou separam os volumes. As estratégias adotadas surgiram de uma ambição formal de harmonia volumétrica, aliada às diretrizes de conforto térmico e sustentabilidade, numa releitura contemporânea da linguagem corbusiana adotada pelo arquiteto Oswaldo Corrêa Gonçalves.
A setorização funcional + espacialidade = diretrizes de conforto
Acessos: Seguindo o programa de necessidades e de forma a garantir o caráter de edifício “principal” à estrutura existente, o acesso controlado de pedestres à Unidade Sesc Ribeirão Preto permanece pela Rua Tibiriçá nº50. Foi proposto um novo acesso controlado e exclusivo para o Teatro pela esquina da Rua Visconde do Rio Branco com a Rua Álvares Cabral. Nesta última também se realiza o acesso de carga e descarga para a Caixa Cênica Teatral. E, para não descaracterizar a hierarquia do conjunto, pela Rua Visconde do Rio Branco foram projetadas apenas saídas de emergência do Complexo Sesc. O acesso de veículos para o estacionamento subterrâneo foi projetado pela Av. Dr. Francisco Junqueira por apresentar menor cota de acesso, estar vinculado ao projeto de reforma e readequação do Complexo Aquático, e desta forma representar uma economia de escavação e custos. O projeto deve integrar futuramente o programa de contenção de cheias do canal existente.
Edifício Principal: Este edifício recupera a sua espacialidade e planta livre ao receber usos nobres de recepção, áreas de convivência e atendimento ao público no térreo, e usos introspectivos e que exigem silêncio no andar superior, como é o caso da biblioteca e da área administrativa. Sua planta térrea se expande visual e fisicamente até o embasamento do conjunto aquático externo, ou ao acesso em rampa ao conjunto de piscinas internas. Esta rua externa garante áreas de piso drenante e cobertura vegetal, essencial para o sombreamento deste volume horizontal.
Conjunto Aquático Externo: A reconfiguração deste espaço foi essencial para a adequação do programa e harmonia volumétrica do conjunto construído, possibilitando ampliar o espelho d’água de uso recreativo, criar uma laje sombreada sob o deck-praia para captação de águas pluviais, garantir uma planta subterrânea para vestiários, área técnica de equipamentos e mini-estação de tratamento de esgoto. Este espaço externo está situado em um embasamento de concreto e protegido dos olhares externos por sua cota elevada e proximidade das copas das árvores.
Edifício Caixa Vertical + Auditório: Este edifício de planta quadrada (aprox. 37.5m X 37.5m) de estrutura modular e metálica, com revestimento de brises verticais é a peça chave na composição do conjunto. O seu caráter vertical, com uma pele que tende a desmaterialização, configura um panorama de fundo ao edifício principal.
Em suas lajes se distribuem os usos sócio-educativos, de saúde, lazer e culturais, além de espaços para atividade física e desportiva. O volume compõe sua planta quadrada incorporando a caixa cênica do Auditório (aprox. 350 lugares) na fachada noroeste e a caixa rígida de circulações e sanitários na fachada oeste - blocos estrategicamente situados levando em conta critérios de conforto térmico. Do encontro dos edifícios surgem rasgos que garantem a ventilação cruzada e natural em todas as plantas. A cobertura da caixa cênica configura o terraço intermediário, um espaço aberto com visuais para a cidade que assume a função de foyer para o andar de exposições. Na cobertura, acima das quadras esportivas (áreas que estabeleceram o dimensionamento original da proposta), se coroa o edifício com o espaço de comedoria aberto a um terraço-jardim (com laje sombreada para captação da água pluvial). Na cobertura do refeitório propõe-se a instalação de placas fotovoltaicas (para complementar a energia usada pelo edifício) e placas solares de aquecimento de água – visando o consumo do refeitório e vestiários (back-up do sistema com aquecedores a gás). Por último, a cornija do edifício vertical permite o crescimento de vegetação, presença natural que desmaterializa a forma e dilui o encontro do edifício com o céu de Ribeirão Preto.
Sistemas Estruturais: modulação, rapidez e sustentabilidade
O Edifício Caixa: O sistema estrutural vertical deste novo edifício é composto por pilares mistos periféricos (perfis de aço seção “H” parcialmente preenchidos com concreto armado) e núcleo estrutural em concreto armado moldado in loco – para garantir a estabilidade lateral frente aos carregamentos de vento. Os pavimentos, exceto a cobertura da quadra e do terraço jardim, são formados por vigas unidirecionais em aço, perfis “I”, que têm afastamento máximo em planta limitado ao uso de laje steel-deck sem escoramentos durante a construção.
Este sistema permite a consideração destas vigas como mistas, o que diminui o consumo de aço pela redução da altura do perfil, já que a laje aumenta a área comprimida da seção para o equilíbrio do momento fletor. A cobertura da quadra poliesportiva, que ao mesmo tempo é o pavimento terraço jardim com um piso elevado, é formada por vigas-vagão unidirecionais – bi-apoiadas em pilares periféricos e no núcleo estrutural; vigas-vagão vencem grandes vãos com economia de material, já que a tração advinda da flexão materializa-se como um cabo tracionado que se conecta a viga comprimida em perfil “I” por meio de pontaletes. Além disso, o uso da laje steel-deck na composição permite a consideração das vigas como mistas. Sobre o piso do terraço jardim nascem pilares metálicos que suportam uma grelha de vigas perfis “I”, também de aço, com vãos máximos de 8,5 m, com módulos ora cobertos ora descobertos.
O Auditório: Para estruturar o Auditório foi escolhido o sistema laje-viga-pilar em pré-fabricados de concreto armado: os pilares têm consolos curtos para apoiar as vigas, que suportarão os painéis de fechamento - externos e internos, que deverão receber um preenchimento com material de isolamento acústico. A cobertura será estruturada por vigas metálicas seção “I” apoiadas em vigas pré-fabricadas de concreto armado.
Os Estacionamentos, Áreas Técnicas e Piscinas: Os Estacionamentos e Áreas Técnicas, que têm pilares lançados numa malha em ritmo constante, serão estruturados no sistema laje-viga-pilar em pré-fabricados de concreto armado, onde as lajes serão alveolares protendidas apoiadas sobre as vigas. As piscinas serão em concreto armado moldado in loco, com fundo apoiando-se sobre os pilares pré-fabricados.
Arquitectos:
Josep Ferrando + David Recio + Alexandre Ruiz + Thais Saboia + Haraldo Hauer + Rodrigo Vinci Philippi + Felipe Zarpelon
Consultores:
Eduardo Santos (instalaciones) + Ricardo Dias (estructuras)
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